top of page
Foto do escritorWanderleia Iris Noa

ARTIGO DO CISM VENCE A PRIMEIRA EDIÇÃO DO PRÉMIO FERNANDO ALBERICIO

Atualizado: 9 de jun.



A Cidade do Cabo (Cape Town), acolheu a primeira edição do prémio Fernando Albericio, na última sexta-feira (24), na qual o Professor Investigador no Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM) e no Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) da Universidade de Barcelona e do Hospital Clinic, Alfredo Mayor, e sua equipa foram atribuídos o prémio na categoria do melhor artigo científico publicado em 2023.


Trata-se do artigo “Detetar padrões temporais e espaciais da malária a partir das primeiras consultas de cuidados pré-natais” publicado na Nature Communications. O Júri, constituído por investigadores espanhóis e representantes de organizações oficiais espanholas na região sul africana, baseou-se nos seguintes critérios para a selecção do artigo: elevada importância do estudo para a região; Elevado impacto da revista em que foi publicada; A inovação do estudo; e A aplicabilidade e desenvolvimento futuro da ideia, uma vez que estas medições podem ser utilizadas para tomar decisões com o objetivo de conter a doença.


Segundo o investigador principal, Alfredo Mayor:

“este é o primeiro estudo a comparar as taxas de infeção por Plasmodium falciparum (Pf), detectadas por técnicas moleculares de alta sensibilidade, entre gestantes na primeira consulta pré-natal, crianças na comunidade e casos clínicos notificados nas unidades de saúde. Para isso, recrutámos 6471 mulheres no sul de Moçambique durante 3 anos (2016-2019), 3933 crianças na comunidade e incluímos dados de 15.467 casos clínicos. Além disso, quantificámos anticorpos contra 14 antigénios do parasita (marcadores de exposição) e aplicámos um algoritmo novo e facilmente adaptável (EpiFRIenDs) para detetar áreas onde a transmissão da malária é particularmente elevada”.

Para o vencedor da primeira edição do prémio, ganhar esta honrosa menção significa um reconhecimento do trabalho que a equipa do CISM e ISGlobal estão a realizar no domínio do desenvolvimento de novas ferramentas de vigilância para combater a malária. Estes tipos de estudos epidemiológicos abrem a porta a inovações em ferramentas de saúde pública que podem ter um grande impacto em países onde a malária é endémica. O prémio é um estímulo para a equipa de investigadores de Moçambique e Espanha, e consolida as actividades em curso em colaboração com o Dr. Baltazar Candrinho e Bernardete Rafael do Programa Nacional de Controlo da Malária em Moçambique.


“A vigilância do paludismo em mulheres grávidas na primeira consulta pré-natal, combinada com a deteção de marcadores serológicos de exposição (anticorpos), permite uma maior resolução espacial e temporal das tendências do paludismo na comunidade. Em conjunto com outras vantagens dos dados gerados na consulta pré-natal, incluindo a continuidade temporal, a distribuição geográfica densa de clínicas, a facilidade de obter denominadores robustos e a capacidade de obter denominadores robustos e a capacidade de captar casos assintomáticos, a vigilância pré-natal representa uma abordagem eficaz em termos de custos para orientar actividades de controlo do paludismo e eventual eliminação na África”, acrescenta Mayor.

Portanto, ainda de acordo com o autor, os resultados mostram que as mulheres grávidas, na sua primeira consulta pré-natal, fornecem dados parasitológicos e serológicos sobre as tendências temporais e espaciais da Plasmoidum falciparum na população em geral, permitindo a triangulação e o preenchimento de lacunas de informação entre as actuais práticas de vigilância passiva e ativa, bem como a deteção de focos de transmissão. “Os dados gerados têm o potencial de melhorar o planeamento estratégico do controlo da malária, melhorando, em última análise, a saúde, o bem-estar e a sustentabilidade económica nos países onde a malária é endémica. Além disso, estes procedimentos baseados nos cuidados pré-natais ajudarão a reforçar o controlo da malária neste grupo altamente vulnerável”, conclui o vencedor do prémio.


A Associação de Cientistas Espanhóis na África Austral (ACE África Austral), em colaboração com as Embaixadas de Espanha na região, entendeu como alguns dos seus objectivos fundadores prioritários a divulgação, visibilidade e prestígio internacional da investigação realizada por cidadãos espanhóis na África Austral. O prémio consisti entre outros benefícios, o pagamento das despesas locais derivadas da participação no Fórum de Investigação Espanha - África Austral 2024, a fim de aumentar a visibilidade do trabalho de investigação premiado.


Nesta senda, o prémio será entregue no dia 8 de novembro, durante o IV Fórum de Investigação Espanha - África Austral, pelo Embaixador de Espanha na África do Sul.

332 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page