Com o objectivo de apresentar o ponto de situação do programa CHAMPS no distrito de Quelimane, e abordar as actividades a serem levadas a cabo proximamente, no âmbito do mesmo programa, nomeadamente, o Censo, as autópsias minimamente invasivas (MITS) comunitárias, a vigilância de gravidezes e o transporte de corpos de menores de 11 anos do Hospital Central de Quelimane à Comunidade, tiveram lugar na capital da província da Zambézia diversos encontros com diversos órgãos e instituições locais, entre 26 de Julho e 06 de Agosto. Destacamos os encontros com o Governador da Zambézia, as delegações dos três partidos políticos com assento na Assembleia da República (FRELIMO, MDM e RENAMO), o Administrador de Quelimane, o Presidente do Município de Quelimane, os Directores tanto da Direcção assim como dos Serviços Provinciais de Saúde, os Líderes Comunitários e Chefes dos Postos Administrativos do distrito de Quelimane. Os encontros foram promovidos e organizados pela equipa do programa CHAMPS sob liderança do seu Investigador Principal, Inácio Mandomando e Charfudin Sacoor, Responsável da Demografia.
Nestes encontros, Inácio Mandomando e Charfudin Sacoor, manifestaram perante os líderes locais a necessidade de poder contar com o apoio e envolvimento dos diferentes órgãos para a implementação do programa, através essencialmente da conscientização da população. Enfatizaram nestes diálogos respeito aos benefícios da implementação do programa, e da importância da adesão das comunidades ao Censo que se prevê que inicie nas primeiras semanas de Setembro. Conforme defendeu Sacoor, “apesar da participação ao Censo ser de caracter voluntária, o ideal é que todos participem para garantirmos a obtenção de dados representativos de todo distrito de Quelimane”.
O Administrador do distrito de Quelimane, Simplício Andrade, alertou sobre a necessidade de “garantir que a equipa do CHAMPS (inquiridores…) seja composta por membros provenientes de todos os bairros, para que todas comunidades se sintam envolvidas, igualmente, devem prestar atenção para que não hajam interferências politicas, ou seja, para que a comunidade não pense que esta é uma actividade de um determinado partido politico, pois isso poderá afectar todo o trabalho levado a acabo”, e acrescentou que “gostaríamos que este programa ajudasse-nos nos a compreender os vários os vários factores, sobretudo socio-culturais que afectam ou debilitam o nosso sistema de saúde, como por exemplo, o fenómeno CHUPA_SANGUE”.
Inacio Mandomando e Charfudin Sacoor, despertaram a atenção dos diversos participantes nos referidos encontros, quando explicaram que a instauração da plataforma demográfica naquele distrito, poderá fazer com que a equipa do CISM faça “imputs” ao governo local sobre os problemas, desafios e expectativas da população, e tecer algumas recomendações para solucionar os problemas identificados, mas também, a mesma equipa poderá ajudar o sector de saúde local em questões de sensibilização das comunidades a adoptar certas medidas de prevenção para várias doenças, como por exemplo a COVID-19.
Por sua vez, o Governador da província da Zambézia, Pio Matos, agradeceu pela apresentação do programa e apelou para que se realize uma apresentação dos resultados do estudo assim que estiverem disponíveis. Chamou também atenção ao facto de que devido aos elevados índices de analfabetismo e outros desafios culturais na província, é frequente a ocorrência de boatos que criam situações de desconforto tanto para a governação como para o próprio Sistema Nacional de Saúde. Sugeriu então que para além de partidos políticos, era igualmente importante, envolver aos líderes religiosos e praticantes da medicina tradicional.
O CHAMPS tem como objectivo, monitorar e registar os eventos vitais (nascimentos e mortes em menores de cinco anos bem como gravidezes), de modo a produzir estatísticas anuais fidedignas sobre os eventos acima referidos nos locais onde o programa é implementado. O mesmo, é coordenado pela Universidade Emory e financiado pela Gates Foundation. Integram esta iniciativa 7 países, nomeadamente África do Sul, Mali, Quénia, Serra Leoa, Etiópia, Bangladesh e Moçambique.
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