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Nercio Machele

MESMO COM A COVID-19, O CISM PREVÊ RETOMAR AS ACTIVIDADES DO PROJECTO BOHEMIA


Um dos efeitos da pandemia da COVID-19 foi a paralisação de actividades em diversos sectores. No Centro não foi diferente, várias actividades foram interrompidas, foram concedidas férias colectivas a inquiridores e outros trabalhadores de campo, entre outras acções tomadas para salvaguardar o bem estar dos trabalhadores, mas que afectaram negativamente o cumprimento dos calendários previamente definidos. Quanto ao projecto BOHEMIA (Broad One Health Endectocide-based Malaria Intervention in Africa) já haviam sido formados inquiridores para a implementação do censo, porém, devido a pandemia o censo não pôde ser realizado.


No entanto, reconhecendo os riscos impostos pela pandemia, a direção do Centro decidiu que as actividades de campo podiam retomar, obedecendo e incorporando medidas de precaução, reduzindo ao mínimo possível o risco de infecção dos inquiridores, bem como das comunidades. É neste contexto que o projecto BOHEMIA retoma as suas actividades e campo, prevendo a realização do censo para Setembro do ano em curso, conforme explicou Miller Mamuquele, gestor do projecto.


O projecto cujo PI é o Dr. Francisco Saúte, é financiado pela Unitaid e vai levar a cabo dois ensaios clínicos em diferentes condições ecológicas e epidemiológicas na África Oriental e Austral, nomeadamente na Tanzânia (através do Ifakara Health Institute) e em Moçambique. No país, será implementado no distrito de Mopeia pelo CISM.


Este projecto, visa reduzir a transmissão da malária através da administração de ivermectina em humanos e animais domésticos, pois a sua premissa é que, os mosquitos estão a evitar o contacto com as redes mosquiteiras e paredes pulverizadas com insecticidas preferindo picar no exterior das casas, alterando os seus horários de maior actividade e alimentando-se de sangue de animais. Assim sendo, pressupõe-se que, se a ivermectina for admnistrada de forma massiva em humanos e animais durante dois anos consecutivos, haverá uma redução da população de mosquitos responsáveis pela transmissão da malária.


Segundo explicou o Dr. Saúte na apresentação efectuada ao PCA da Fundação Manhiça, a ivermectina é um endectocida, um fármaco com um perfil de segurança excelente que pode eliminar ectoparasitas e endoparasitas, assim como mosquitos que se alimentam de humanos ou animais que foram alvo do tratamento. Este tratamento, proporciona uma oportunidade de prevenir doenças tropicais descuradas em humanos, o que terá um impacto positivo nos agregados familiares, pois irá reduzir a predominância de helmintos e ectoparasitas nos gados domésticos, aumentando, por conseguinte, as receitas e a segurança alimentar.

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