Falando na cerimonia de lançamento da Campanha de Pulverização Intra Domiciliaria, que decorreu na Ilha Josina (23/09), o Governador da Província de Maputo, Júlio Parruque, afirmou na sua intervenção que “A pulverização Intra Domiciliaria (PIDOM), é uma das estratégias eficazes para o controlo da malária, todavia, ainda persistem desafios que condicionam o alcance da cobertura necessária para atingir-se o efeito protector comunitário que se deseja. Entre os principais desafios destacam-se, recusas por parte de algumas famílias para receber a pulverização, casas que permanecem fechadas durante muito tempo enquanto decorrem as campanhas e o não cumprimento por parte de algumas famílias as orientações deixadas pelas equipas de pulverização.
Ainda de acordo com o Governante, nesta campanha, prevê-se abranger na província de Maputo, 221.060 casas contando com a intervenção de 1.031 recenseadores, sendo que o distrito da Manhiça será o que irá receber maior intervenções em comparação com outros distritos da provincia. Na oportunidade, o governante apelou a cooperação de todos intervenientes (parceiros, líderes comunitários, entre outros) que contribuam na sensibilização das comunidades para a aderência em massa à campanha.
Antes do comício popular, o governador visitou uma feira estabelecida no local em que a equipa de malária do CISM foi parte. Neste evento, Wilson Simone, investigador júnior do CISM, explicou que “o CISM realiza várias pesquisas que avaliam se as intervenções que estão a ser realizadas no âmbito da luta contra a malária, incluindo as campanhas de PIDOM ou, as campanhas de administração massiva de medicamentos, são eficazes ou não”. O investigador júnior, acrescentou que, “a título de exemplo, o CISM implementou um estudo no âmbito do programa de eliminação da malária (projecto magude), no qual foi constatado que, a adoção da PIDOM combinado com a Administração Massiva de Medicamentos, reduz o peso da malária, isto porque durante os 3 anos de implementação do projecto, foi possível reduzir os casos de malária em 86%”.
Sobre a incidência da malária na Ilha Josina, Wilson, explicou que “as crianças acima de 5 anos têm poucos casos de malária, enquanto que, as crianças de 0 a 2 anos são as que possuem maior registo de casos de malária”. Visivelmente curioso, o governador questionou o porquê, e na ocasião o investigador esclareceu que “normalmente crianças abaixo dos 2 anos, dependem dos anticorpos da mãe, enquanto que a partir dos 5 anos de idade, devido a exposição continua, essas crianças desenvolvem anticorpos que geram a resistência”.
Por outro lado, Mara Máquina, gestora de entomologia, apresentou ao governante a componente entomológica da malária, destacando que, nesta área procura-se estudar o comportamento do principal vector da malária, e para tal, realizam actividades de captura, criação de mosquitos para realizar testes de resistência aos inseticidas, avaliando a sua eficácia e/ou efectividade.
Para além do CISM, estiveram presentes outros parceiros do governo no combate à malária, com destaque para a GoodBye Malaria. Mas também, esteve presente no evento, o Director do Programa Nacional de Controlo da Malária, Dr. Baltazar Candrinho, a Administradora do Distrito da Manhiça, Cristina de Jesus Xavier Mafumo, o Director da Direcção Provincial da Saúde, Dr. Daniel Arlindo Chemane, chefes de postos, líderes comunitários, entre outros convidados e curiosos.
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