CINCO MULHERES AFRICANAS RECEBEM BOLSAS PARA DOUTORAMENTO NO ÂMBITO DO PROGRAMA TAGENDI
- Wanderleia Iris Noa
- há 4 dias
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O Projeto TAGENDI (TESA Abordagem das lacunas regionais de género e diversidade na capacidade de investigação clínica (TAGENDI) é uma iniciativa de financiamento de bolsas de estudo para mulheres no sector da investigação clínica, lançada em Agosto de 2021, onde foram selecionadas oito mulheres africanas num concurso público e internacional (Sul de Africa) o projecto está actualmente a entrar na sua segunda fase de implementação e atribuição de bolsas, ao abrigo do Consórcio regional TESA (Rede de Excelência da África Austral para Pesquisas Clínicas), onde mais cinco mulheres estão a aderir ao projecto. O primeiro, TAGENDI I, termina em Julho de 2025.
O segundo, TAGENDI II, que entrou em vigor em Setembro de 2025, terá duração de mais quatro anos. O seu principal objetivo é reforçar a capacidade de formação de doutorados, promovendo simultaneamente a equidade de género na investigação. O projeto é orientado por quatro objectivos principais:
1. Melhorar o acesso e a retenção de candidatos do sexo feminino em programas de doutoramento, garantindo a conclusão com sucesso.
2. Integrar a igualdade e a inclusão de género no acordo de consórcio, com implementação institucional em toda a rede.
3. Incentivar o trabalho em rede e as oportunidades de mobilidade entre os bolseiros de doutoramento e as Redes de Excelência da EDCTP.
4. Promover a visibilidade e a divulgação das actividades das bolsas, assegurando simultaneamente o equilíbrio de género no programa de formação.
Este projecto é financiado pelo Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde (NIHR), usando ajuda do Governo do Reino Unido para apoiar pesquisas em saúde global, como parte do programa EDCTP2 apoiado pela União Europeia. O projecto TAGENDI busca fortalecer a presença feminina na pesquisa clínica, promovendo maior inclusão e equidade na região Austral.
Entre as cinco beneficiárias selecionadas, de entre 19 candidatas, destaca-se Anete Isabel Mendes Muxanga, investigadora moçambicana do Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM) desde 2021 afecta na Área de Saúde Materna e Infantil (SMI). Recentemente, concluiu o seu mestrado em Pesquisa Clinica com Especialidade em Saúde Internacional na Universidade de Barcelona, Espanha, consolidando a sua trajectória académica e científica.
Selecção rigorosa e transparente
As candidaturas selecionadas foram avaliadas com base no mérito, por meio de um processo rigoroso e transparente, que resultou na concessão destas quatro bolsas de doutoramento e um mestrado.
As bolsas são destinadas a mulheres investigadores de países africanos membros do consorcio TESA: África do Sul, Angola, Moçambique, Namíbia, Botswana, Eswatini, Malawi, Zâmbia e Zimbabué. O projecto também conta com a colaboração de instituições europeias, Países Baixos, Espanha e França.
A formação abrangerá áreas essenciais da pesquisa em saúde, com ênfase em temas como preparação para epidemias, economia da saúde, bioestatística, bioinformática, doenças infecciosas, doenças tropicais negligenciadas, doenças não transmissíveis e investigação sobre a COVID-19. Estudantes de doutoramento que tenham concluído com êxito projectos financiados pelo DHSC (Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido) para o desenvolvimento de capacidades em resposta surtos de doenças, com carta de aceitação da Universidade e apaovação ética do seu programa de peswuisa tinham vantagem.
Para concorrer á bolsa de doutoramento, as candidatas deviam ser cientistas com pelo menos um manuscrito publicado e um diploma de mestrado em um domínio relevante. Além disso, era necessário ter vínculo com uma instituição TESA ou uma garantia de emprego na mesma área de actuação, demonstrando intenção de continuar na trabalhar pesquisa após a formação.
“É sem dúvidas uma honra fazer parte deste grande programa. Esta bolsa representa não apenas uma oportunidade para o meu crescimento académico, mas também um passo importante para fortalecer a presença feminina na pesquisa clínica em África. Espero que a minha trajectória inspire outras mulheres a seguirem carreiras científicas e contribuírem para o avanço da saúde no nosso continente.”
O processo de selecção ocorreu em duas fases. Na primeira, as candidaturas foram analisadas por especialistas independentes de acordo com critério uniformes estabelecido no âmbito da rede TESA (pré-selecção da melhor candidatura de cada país onde a candidata está vinculada como membro do TESA). Na segunda fase, o comité de selecção TAGENDI e o coordenador do conosrcio TESA, avaliaram e anaisaram as candidaturas finalistas.
Benefícios e impacto esperado
As beneficiárias selecionadas terão direito a uma bolsa mensal, subsídio de viagem e seguro, cobertura de custos de pesquisa e acesso a equipamentos essenciais. As bolsas de doutoramento terão uma duração de 48 meses, com possibilidade de prorrogação, em fução dos resultados alcançados enquanto as bolsas de mestrado serão concedidas por um periodo maximo de dois ano. Neste programa, cada doutoranda actuará como mentora de um estudante de mestrado no âmbito do seu projecto de investigação.
Francisco Saúte, Líder do Consórcio TESA, um dos Investigadores Principais, destaca a importância da iniciativa:
“Capacitar mulheres investigadoras não é apenas uma questão de equidade, mas uma estratégia fundamental para o fortalecimento da pesquisa clínica em África. Com o Programa TAGENDI, buscamos reduzir as desigualdades de género, ampliar as oportunidades para cientistas africanas e impulsionar avanços no setor da saúde, fortalecendo as competências locais e promovendo a diversidade e a inclusão.”
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