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Nercio Machele

CISM CONTRIBUI PARA ADOPÇÃO PELO MISAU DE UMA NOVA ESTRATÉGIA CONTRA A MALÁRIA


O projecto Multiply buscará administrar até 6 doses de antimaláricos nos primeiros dois anos de vida,

Está a decorrer no distrito de Massinga, Província de Inhambane, um projecto denominado MULTIPLY (Multiple doses of IPTi Proposal: A lifesaving high yield intervention), implementado sob liderança do Ministério de Saúde (MISAU) com apoio do Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM). Este projecto é o primeiro piloto de implementação programática da Quimioprofilaxia Perenal da Malária em crianças menores de 2 anos de idade em Moçambique, como uma nova estratégia na luta contra a malária, que consiste em administrar doses de antimaláricos (por exemplo, sulfadoxina-pirimetamina, mais conhecida por fansidar) a bebés, fazendo uso de contactos existentes entre as crianças e o Sistema Nacional de Saúde, através do Programa Alargado de Vacinação (PAV).


De salientar, que o CISM esteve entre os Centros Africanos que desenvolveram esta estratégia há aproximadamente 15 anos atrás, a qual veio a ser adoptada e recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2010 para a prevenção da malária em crianças menores de um ano, e actualizada em 2022, expandindo a estratégia para menores de 2 anos. Contudo, apenas a Serra Leoa é que está a implementar essa estratégia, quando actualmente, a OMS recomenda, até que surjam novos e melhores instrumentos e abordagens, a implementação do conjuntos de estratégias ou intervenções eficazes de forma complementar.. Por essa razão, os países com transmissão moderada a alta para malária, incluindo Moçambique, buscam adoptar e expandir a implementação de todas as estratégias recomendadas pela OMS”, comenta o Director Geral do CISM, Francisco Saúte.


Segundo o Director Geral do CISM, Distrito de Massinga, “é o primeiro distrito a ensaiar essa estratégia no país, numa iniciativa (Multiply), que envolve o Ministério da Saúde, o CISM e o Instituto de Saúde Global da Barcelona (ISGlobal), sob o financiamento da European & Developing Countries Clinical Trials Partnership (EDCTP), com o apoio adicional da Fundação Bill e Melinda Gates, da Fundação “la Caixa” e da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), na qual, espera-se transformar as recomendações da OMS em prática, avaliando a viabilidade da implementação desta estratégia e sobretudo, tirando lições que podem ser úteis quando este tipo de intervenções for expandido para outros locais do país de forma programática.”

a província de Inhambane é a que apresenta maior incidência da malária na região sul do país, e tem prevalências mais altas do que algumas zonas de alta transmissão da malária da zona centro por exemplo.
Senhora Angela e a filha recebendo a 1ª Dose

Ainda de acordo com a fonte, razões epidemiológicas e pragmáticas, levaram a escolha do distrito de Massinga para acolher esta estratégia. “Isto porque, a província de Inhambane é a que apresenta maior incidência da malária na região sul do país, e tem prevalências mais altas do que algumas zonas de alta transmissão da malária da zona centro por exemplo. E o distrito de Massinga é um dos que mais contribuem para a incidência da malária na província” comentou o Director do CISM.

Uma das primeiras crianças a receber este tratamento no Centro de Saúde de Mudawuka, é a filha da senhora Ângela, residente no distrito de Massinga. Segundo ela, “é uma honra fazer parte desta iniciativa, e sinto-me feliz por estar a contribuir para o país, mas também para a saúde da minha filha, e comprometo-me a trazer sempre a bebé para a consulta e toma de medicamentos”.


O Projecto multissectorial que envolve para além do PAV, o Programa Nacional do Controlo da Malária e o Departamento de Saúde Familiar, buscará administrar até 6 doses nos primeiros dois anos de vida, juntamente com outras vacinações de rotina em todas as Unidades Sanitárias do distrito.

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