MOÇAMBIQUE PARTE DE UM CONSÓRCIO DE MODELADORES DE MALÁRIA�
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MOÇAMBIQUE PARTE DE UM CONSÓRCIO DE MODELADORES DE MALÁRIA


Foto família da primeira reunião do consórcio em Kigali, Ruanda (Fonte: AIMS)

Construir a próxima geração de modeladores de malária em África para políticas sustentáveis de saúde pública, é o principal propósito do Consórcio MaModAfrica (Malaria Modelers in Africa), que se reuniu presencialmente pela primeira vez em Kigali, Ruanda, entre os dias 01 e 05 de Maio do ano em curso, para traçar o seu plano de trabalho.


A Malária representa actualmente um dos principais problemas de Saúde Pública com maior peso na morbi-mortalidade, no mundo e em Moçambique em particular. Segundo a OMS, estima-se que em 2021 tenham ocorrido cerca de 247 milhões de casos de malária e 619 mil mortes a nível global e Moçambique, é um dos 4 países com maior peso da malária no mundo, responsável por cerca de 4.1% de casos globais.

A modelagem matemática e as análises geoespaciais são oportunidades para alavancar fontes de dados existentes e emergentes

Apesar dos esforços generalizados e dos sucessos notáveis na prevenção e tratamento da doença, manter as reduções no seu peso para os Sistemas nacionais de saúde, continua sendo um importante desafio global, num contexto em que os esforços de tratamento e prevenção, tais como o tratamento medicamentoso, o controlo de vectores e as redes mosquiteiras, enfrentam desafios, incluindo a falta de dados de vigilância adequados. No entanto, os Programas Nacionais de Controlo da Malária (PNCMs) tratam de melhorar continuamente os sistemas para colher dados críticos sobre a vigilância da malária, cobertura e eficácia das intervenções. A modelagem matemática e as análises geoespaciais são oportunidades para alavancar fontes de dados existentes e emergentes, extraindo informações de dados entomológicos, epidemiológicos e de intervenção para informar a tomada de decisão nacional e regional.


Nos últimos anos, a modelagem ganhou a atenção das autoridades de saúde africanas para estratificação e adaptação subnacional de intervenções, no entanto, as oportunidades para institucionalizar a modelagem no planejamento e implementação de programas permanecem elusivas, devido em grande medida a experiência limitada em modelagem matemática no contexto africano. Foi notório durante este primeiro encontro do consórcio, que os representantes dos PNCM dos 3 países focais do consórcio, Benin, Ruanda e Moçambique têm vindo a usar a modelagem para guiar as suas intervenções, mas contam para tal, com o apoio de instituições académicas ou de pesquisa não africanas.

A modelagem é uma das áreas estratégicas que o CISM quer abraçar

Para o Director Geral do Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM), Francisco Saúte, “este é um projecto importante para o Centro, pois a modelagem é uma das áreas estratégicas que o Centro quer abraçar. O Centro participou desde a fase inicial de busca de parceiros, elaboração da proposta, procurando envolver a pesquisa, a academia e os Programas Nacionais de Controlo da Malária (PNCMs)”. A criação deste consórcio e o envolvimento activo de Moçambique nos diferentes comités é crucial para garantirmos que Moçambique beneficie de bolsas de Mestrado e PhD em modelagem, para desta forma aumentar o número de modeladores de malária treinados academicamente, contribuirmos para que se faça a ponte entre a modelagem académica e as necessidades operacionais, assim como para a criação de uma rede de colaboração entre diferentes instituições académicas, de pesquisa, parceiros operacionais e PNCMs.


Este primeiro encontro permitiu os membros do Consortium conhecerem-se, apresentar as actividades realizadas pelas diferentes comissões até ao momento, obter ideias dos PNCMs sobre o reforço de capacidades, rever o orçamento e estabelecer em conjunto o plano de trabalho. O consórcio MaModAfrica (2022-2025) é financiado pela Bill and Melinda Gates Foundation, sob coordenação do Instituto Africano de Ciências Matemáticas (African Institute for Mathematical Sciences, AIMS) que trabalhará em colaboração com universidades, instituições de pesquisa, parceiros operacionais e NMCPs de Benin, Ruanda, Senegal, Burkina Faso, Moçambique, Côte d'Ivoire, Suíça, Austrália, Quénia e Gana que compõem o consórcio MaModAfrica.

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