PESQUISADORES DO CISM DESTACAM ESTUDOS SOBRE EMERGÊNCIAS DE SAÚDE�
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PESQUISADORES DO CISM DESTACAM ESTUDOS SOBRE EMERGÊNCIAS DE SAÚDE

Atualizado: 29 de nov. de 2022


Eva João, pesquisadora do CISM

A Cidade de Tete acolheu, nos dias 27 e 28 de outubro, as III Jornadas Regionais de Saúde da Região Centro, evento que visava discutir os mais recentes resultados de pesquisa em Saúde realizadas na região Centro do país e reflectir sobre o seu impacto no bem-estar dos moçambicanos. Este evento, foi organizado pelo Instituto Nacional de Saúde (INS) e contou com a participação de investigadores do Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM).


Hermínio Cossa, pesquisador da área de Estudos de População no CISM, apresentou dados sobre o Estudo HIA4SD com o tema: "A Mineração Industrial em Moçambique: impactos, oportunidades e desafios para a saúde pública". Na ocasião, destacou que em Moçambique, em relação a saúde das crianças em áreas mineiras, a probabilidade de doenças diarreicas aumenta até aproximadamente 5 vezes e que a probabilidade de ocorrência de doenças respiratórias parece não ser afectada. Ainda assim segundo o pesquisador, o estudo constatou alguns efeitos positivos das actividades de mineração no país, nomeadamente, apoio às unidades sanitárias, expansão da rede sanitária através de clínicas móveis, apoio e construção de infraestruturas de educação, instalação de fontes de água e sanitários melhorados.


Por outro lado, Clemente da Silva pesquisador da área da Malária, apresentou novas abordagens de controlo vectorial , no âmbito do estudo GenMoz (Vigilância Genómica da Malária em Moçambique), um estudo liderado pelo Programa Nacional de Controlo da Malária cujo propósito é produzir e fornecer dados moleculares de vigilância da malária e incorporá-los no Sistema Integrado de Armazenamento de Informações da Malária (iMISS) para melhor controlo e eliminação da malária pelo uso estratégico de dados genómicos de Plasmodium falciparum.


Por sua vez, Eva Dora João, da área de Doenças Bacterianas, Virais e Tropicais Negligenciadas, partilhou dados do estudo CHAMPS, mais concretamente sobre a "Detecção de Citomegalovírus (CMV) humano em Quelimane, no âmbito da Vigilância em Saúde e Prevenção da Mortalidade Infantil". Segundo a pesquisadora, uma das apelações do estudo ainda em curso, é que o citomegalovírus não seja um vírus negligenciado, explicando que a transmissão de CMV ocorre através do contacto directo com saliva, urina de pessoas infectadas, via sexual, transfusões sanguíneas e transmissão vertical (mãe-filho). O mesmo pode causar infecção congénita (doenças transmissíveis de mãe para filho durante a gestação), doença respiratória, hepatite, gastroenterite crónica, meningite.


Pesquisadores do CISM: Clementa da Silva, Eva João, Hermino Cossa e Plácido Assane

Ainda no âmbito do programa CHAMPS, o gestor do laboratório de Microbiologia do CISM em Quelimane, Judice Miguel, apresentou resultados de Quelimane em relação à Frequência de Isolados de Staphylococcus aureus (uma bactéria esférica, do grupo dos cocos gram-positivos, frequentemente encontrada na pele e nas fossas nasais de pessoas saudáveis) resistentes à meticilina no Hospital Central de Quelimane, na sessão sobre medicamentos e resistência antimicrobiana. E segundo ele, o estudo demonstra a circulação de cepas Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) com altas taxas de resistência antibiótica, e fortalece a necessidade de incrementar as acções de vigilância, monitoria e controlo para minimizar os riscos de infecção ou colonização por cepas MRSA na comunidade assim como no ambiente hospitalar.


Numa outra sessão sobre Vigilância e Observação de Saúde, Placido Assane, Técnico de MITS do Programa CHAMPS, no Hospital Central de Quelimane, apresentou a frequência das malformações congénitas, em autópsias em menores de cinco anos no Distrito de Quelimane no intervalo 2019 a 2022, destacando que as malformações congénitas ou anomalias congénitas são uma causa importante da incapacidade e mortalidade infantil, em especial no período neonatal, pois, em todo o mundo estima-se que 2 a 5% dos recém-nascidos apresentam malformações congénitas.


As III Jornadas regionais de Saúde reuniram mais de 20 autores do país e foram apresentados mais de 250 estudos, de entre apresentações orais e posters.

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