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Nercio Machele

CISM É PARTE DA INVESTIGAÇÃO DOS EFEITOS DA BCG NOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DOS PALOP


O Centro, integra uma investigação que a partir de Julho irá estudar os efeitos da vacina BCG na redução do absentismo dos profissionais de saúde nos PALOP durante a pandemia. A pesquisa será liderada pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) da Universidade Nova de Lisboa e pela Universidade do Sul da Dinamarca, e contará com a participação de instituições de pesquisa de Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.


Este estudo colaborativo, busca perceber se a vacina do bacilo Calmette-Guérin (BCG) contribui para diminuir a incidência ou a severidade dos casos de COVID-19 entre os profissionais de saúde, pois, conforme explicou o coordenador do projecto – Dr. Pedro Aide, a principal hipótese é que esta vacina pode ter efeitos positivos no combate à pandemia do coronavírus. Segundo este, a vacina BCG, já vem sendo utilizada há bastante tempo na prevenção da tuberculose e, porque possui efeitos protetores benéficos para outras infeções, viu-se a necessidade de verificar se entre estes benefícios inclui-se também o fortalecimento do sistema imunológico contra o coronavírus.


Ainda segundo o Dr. Pedro, foi selecionado como grupo alvo profissionais de saúde por estes constituírem um grupo de alto risco de infecção por COVID-19. Para tal, serão abrangidos 1.200 profissionais em todos os países envolvidos, de entre os quais, cerca de 300 serão de Moçambique. Este grupo será divido em dois subgrupos em que ao primeiro será administrada a vacina BCG e no outro um placebo.


Os resultados do estudo irão basear-se no padrão de absentismo laboral destes profissionais de saúde. Assim, caso se demonstre que a BCG tem um efeito não-específico de reduzir a incidência da infeção entre os profissionais de saúde, reduzindo o absentismo, podaríamos então, com uma medida relativamente segura, simples e barata prevenir os efeitos da COVID-19 quer nos profissionais de saúdes quer em populações para as quais poderia vir a ser escalada esta intervenção.


A equipa do projecto será coordenada por Christine Benn, da Universidade do Sul da Dinamarca, Inês Fronteira e Paulo Ferrinho, do IHMT, e contará com uma equipa de investigadores de países africanos, liderada, Pedro Aide (Moçambique), Isabel Araújo (Cabo Verde) e, Amabélia Rodrigues (Guiné-Bissau).

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