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Nercio Machele

CISM PREPARA ESTUDO SOBRE SALMONELLA


Áuria de Jesus, médica envolvida no estudo

A Salmonella é uma das quatro principais causas globais de doenças diarreicas cuja principal forma de transmissão é por via oral. Na África Subsaariana a Salmonella invasiva não-tifóide é a principal causa de várias infecções bacterianas afectando maioritariamente crianças menores de 5 anos de idade, e está associada à uma elevada taxa de mortalidade neste grupo etário, apresentando-se na forma de gastroenterites, febre entérica e sepses, cujos principais sintomas são a diarreias, vómitos, febre e infecções generalizadas.

O CISM está a preparar um ensaio clínico de fase 2 de uma vacina contra a salmonella

Portanto, uma vacina que possa ser integrada no Programa Alargado de Vacinação (PAV) poderá proporcionar uma protecção contra essas bactérias. É neste contexto, que o Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM), está a preparar um ensaio clínico de fase 2, que visa avaliar a segurança e a imunogenicidade da vacina parenteral trivalente conjugada contra Salmonella (TSCV – Trivalent Salmonella Conjugate Vaccine).


O estudo, com duração de 2 anos, será implementado no distrito da Manhiça (Moçambique) e em outros dois países da África subsaariana (Etiópia & Mali), resultando de uma colaboração entre a Universidade de Maryland (Baltimore), a Bharat Biotech International, o Wellcome Trust e outras instituições africanas de pesquisa.


Segundo a médica e pesquisadora da Área de Doenças Bacterianas, Virais e Outras Tropicais Negligenciadas do CISM, Áuria de Jesus, “o estudo foi subdividido em duas etapas, e tem como grupo-alvo, crianças sadias de 12 à 18 semanas de vida, que serão selecionadas aleatoriamente dentro do distrito da Manhiça e depois, levadas ao hospital para a realização de testes e análises de todos critérios de elegibilidade e posteriormente administradas da vacina ou placebo para comparação”.

Produtos agrícolas não processados e os alimentos de origem animal, são veículos frequentes de salmonella

De Jesus, comenta que “os produtos agrícolas não processados, como hortaliças e frutas, e os alimentos de origem animal, como as carnes cruas, o leite e os ovos são veículos frequentes de salmonella. Por outro lado, a contaminação de origem fecal é geralmente a fonte para os produtos agrícolas, pela exposição à água contaminada e esses critérios ou condições na Manhiça são notórias, uma vez que, a comunidade local, vive da prática da agricultura e pecuária, onde há igualmente indícios da prática do fecalismo a céu aberto”.


O ensaio Clínico de Fase 1 desta vacina, foi realizado em adultos nos EUA que, embora tenha sido interrompido pela pandemia de COVID-19, produziu resultados promissores, indicando que um quarto de dose e meia dose da vacina eram seguras e provocavam fortes respostas imunológicas de longa duração.

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1 Comment


Unknown member
Oct 15, 2023

Com certeza o número de crianças com perfuração intestinal tem aumentado cada mais.

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