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INVESTIGADORES DO CISM PARTILHAM RESULTADOS DE ESTUDOS COM IMPACTO LOCAL NA MANHIÇA


De esquerda a direita: Arlindo Chidimatebwe, Dinis Nguenha, Augusto Messa Jr., Helena Boene e Ariel Nhacolo
De esquerda a direita: Arlindo Chidimatebwe, Dinis Nguenha, Augusto Messa Jr., Helena Boene e Ariel Nhacolo

No âmbito das comemorações alusivas ao Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento, realizou-se no dia 10 de Novembro de 2025, na Sala de Sessões do Governo Distrital da Manhiça, um evento que destacou o papel da investigação científica na promoção do bem-esta das comunidades. A iniciativa, promovida pela Fundação Manhiça, entidade gestora do Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM), em coordenação com o Governo do Distrito, decorreu sob o lema “Ciência ao Serviço das Comunidades” e reuniu autoridades distritais, académicos, parceiros institucionais, líderes comunitários e estudantes.


O auge do encontro foi a apresentação de trabalhos científicos conduzidos por jovens investigadores do CISM, que partilharam resultados de estudos com impacto directo na saúde pública local e nacional, proporcionando uma amostra representativa da diversidade de pesquisas conduzidas pelo Centro. As sessões foram moderadas pelos pesquisadores Rita Mabunda e Marcelino Garrine, destacaram a relevância da produção científica para a geração de evidências aplicáveis à realidade comunitária.


Na primeira sessão, o pesquisador Arlindo Chidimatembue, da área da malária, apresentou resultados sobre a vigilância genómica do Plasmodium falciparum em Moçambique, referente ao período de 2021 a 2022. O estudo analisou marcadores de resistência antimalárica e a diversidade genética do parasita, fornecendo dados importantes para o monitoramento da eficácia dos medicamentos antimaláricos e para o delineamento de políticas de controlo da doença.


A sessão prosseguiu com a apresentação do pesquisador Dinis Nguenha, da área da tuberculose, que apresentou os resultados sobre a implementação da plataforma Molbio Truenat para diagnóstico da tuberculose em unidades de cuidados primários, comparando o seu desempenho com o padrão de cuidados existente. Segundo o pesquisador, o estudo, desenvolvido em Moçambique e na Tanzânia, demonstrou redução significativa no tempo de diagnóstico e início de tratamento, evidenciando o potencial da inovação tecnológica como aliada na melhoria da resposta nacional à tuberculose.


Na terceira sessão, o pesquisador da Área das Doenças Bacterianas Virais e Tropicais Neglegencias, Augusto Messa Jr., partilhou os resultados de um ensaio clínico ALIVE, que avaliou a eficácia de uma coformulação de albendazol e ivermectina, comparada ao uso isolado de albendazol, no tratamento de parasitas intestinais. Os resultados do estudo sugerem potencial para melhorar a eficácia terapêutica e reduzir a prevalência de infecções parasitárias em comunidades rurais, representando um avanço promissor para o controlo das doenças tropicais negligenciadas.


De seguida, a pesquisadora da Unidade de Estudos de População, Helena Boene, apresentou resultados do estudo ABACUS, centrado nas percepções dos membros da comunidade em relação ao uso e à finalidade de antibióticos. O estudo revelou lacunas significativas no conhecimento público sobre o uso racional de medicamentos e destacou a necessidade de campanhas de sensibilização sobre os riscos da resistência antimicrobiana.


Por fim, o pesquisador também da Unidade de Estudos de População, Ariel Nhacolo, partilhou uma análise sobre as gravidezes adolescentes no distrito da Manhiça, identificando os principais factores sociais e relacionais associados a este fenómeno. O estudo apontando caminhos para políticas de prevenção baseadas em evidências, reforçando a importância da integração entre investigação, educação e políticas públicas na promoção da saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes.


No encerramento do evento, Director-Geral do CISM, Francisco Saúte, destacou o valor da pesquisa como motor de desenvolvimento humano, lembrando que “a ciência vai muito além dos laboratórios e das publicações; ela está presente nas soluções que melhoram a vida das pessoas”. Sublinhou ainda que o compromisso do CISM não se limita à geração de conhecimento, mas também à partilha inclusiva do saber, reconhecendo o papel fundamental das comunidades como parceiras activas no processo científico.


Por sua vez, o Administrador do Distrito da Manhiça, Matias Parruque, demonstrou a sua satisfação pela realização do evento e o orgulho pelas conquistas científicas alcançadas no distrito. Destacou que as evidências produzidas localmente devem continuar a orientar políticas públicas justas, eficazes e sustentáveis, e apelou aos líderes comunitários e representantes dos postos administrativos a apoiar o CISM e os seus parceiros na sensibilização das comunidades sobre a importância da sua participação nos diversos estudos.


O Dia Mundial da Ciência pela Paz e Desenvolvimento foi instituído pela UNESCO em 2001 e visa destacar o papel central da ciência na sociedade, promover o diálogo entre investigadores e cidadãos e incentivar a aplicação do conhecimento científico para o desenvolvimento sustentável e a paz.

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