SIMPÓSIO EM SAÚDE GLOBAL REFORÇA O COMPROMISSO DA FUNDAÇÃO MANHIÇA PELA PESQUISA BIOMÉDICA DE EXCELÊNCIA

O evento contou com a participação de especialistas nacionais e internacionais, parceiros institucionais, doadores e representantes governamentais

Com o objectivo de reflectir sobre os desafios actuais e futuros na área da saúde infantil e da tuberculose, a Fundação Manhiça (FM), entidade gestora do Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM), realizou no dia 22 de Julho o IV Simpósio em Saúde Global e o I Forúm da Iniciativa contra a Tuberculose (MTBI). O evento contou com mais de 100 participantes presenciais e outros em formato virtual, entre estudantes, especialistas nacionais e internacionais, parceiros institucionais, doadores e representantes governamentais. O encontro representou um importante momento de diálogo científico estratégico, assinalando quase três decadas de contribuição do CISM para a saúde pública em Moçambique e no mundo.

“Este simposio foi uma oportunidade ímpar para refletirmos sobre o caminho percorrido, os desafios enfrentados e as alianças que continuamos a construir – sempre em prol da melhoria da saúde das populações mais vulneráveis”, afirmou Martinho Dgedge, Presidente da Fundação Manhiça.

De acordo com Dgedge, as mesas redondas e sessões científicas realizadas durante o evento reforçaram a missão que sempre guiou o CISM: “Colocar a ciência ao serviço da vida, da sobrevivência infantil e do bem-estar das comunidades, tanto em Moçambique quanto noutros contextos semelhantes.”

O Secretário Permanente do Ministério de Saúde (MISAU), Ivan Manhiça, que representou o Ministro da Saúde no evento, destacou o papel estratégico do CISM: “Os resultados apresentados neste Simposio demonstram como a pesquisa científica pode influenciar políticas públicas e contribuir directamente para a melhoria da saúde das nossas populações. Este é um legado que merece ser celebrado, reforçado e projectado para o futuro.”

Participantes do evento

CISM como referência em Pesquisa Biomédica

Durante a sua intervenção, Ivan Manhiça, reiterou o compromisso do MISAU com o CISM e reconheceu o valor das parcerias institucionais que sustentam o trabalho da instituição. “As colaborações com instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais, construídas ao longo de quase três décadas, fizeram do CISM um centro de referência na investigação biomédica em África. O conhecimento aqui gerando tem sido essencial para o controlo das doenças que mais afectam os países em desenvolvimento, com destaque para a saúde das crianças.”

Mesa redonda destaca alianças e prioridades estratégicas

Um dos momentos marcantes do evento foi a mesa redonda sobre Investigação em Vacinas, Preparação para Pandemias e Doenças Respiratórias, que reuniu personalidade de referência na investigação e na cooperação internacional. O Prof. Keith Klugmann, Director do Programa de Pneumonia, Fundação Gates, abordou o trabalho da Fundação Gates na prevenção da pneumonia, preparação para pandemias, fortalecimento das capacidades locais, as prioridades estratégicas da Fundação em saúde global e as parcerias com Moçambique.

O Dr. Àngel Font, Director Geral Associado de Investigação e Bolsas da Fundação “la Caixa”, destacou o papel do financiamento privado como motor de inovação e desenvolvimento social. Reforçou ainda a colaboração da Fundação com Moçambique e com parceiros globais, como a Gavi – Aliança para as Vacinas, com foco na promoção do acesso equitativo à vacinação.

O Dr, Eduardo Samo Gudo, Director-Geral do Instituto Nacional de Saúde, sublinhou o papel estratégico da investigação científica em Moçambique, os desafios de financiamento à pesquisa, e a importância de fortalecer capacidades nacionais para enfrentar crises sanitárias, como foi o caso da pandemia da COVID-19. E a Dra. Oriana Ramírez Rubio, Chefe da Área de Saúde, Subdirecção de Cooperação Feminista, Desenvolvimento Económico e Humano e Governação da AECID, partilhou a visão da cooperação espanhola, que posiciona a investigação em saúde como pilar do desenvolvimento sustentável. Destacou ainda as prioridades da AECID e a colaboração com Moçambique.

O IV Simpósio em Saúde Global da Fundação Manhiça reafirmou o papel da Fundação Manhiça e do CISM como actores-chave no ecossistema da saúde global, comprometidos com a produção de conhecimento científico, a formação de quadros nacionais e a criação de soluções inovadoras e sustentáveis para os principais desafios de saúde pública do país e do continente africano.