Os resultados do “projecto Magude”, realizado no âmbito da Aliança Moçambicana para a Eliminação da Malária (MALTEM) e que avaliou um conjunto de intervenções para a eliminação da malária no distrito de Magude, serviram de base para o projecto ADAM, financiado pela EDTCP e que prevê realizar duas intervenções para avançar no controlo e/ou eliminação da malária, através da Administração Massiva de Medicamentos (MDA - Mass Drug Administration) e da Administração Focal e reactiva de Medicamentos (rFDA- reactive Focal Drug Administration).
O projecto ADAM teve o seu início em novembro de 2020 e prevê-se o seu término para 2024, sendo que o mesmo será implementado no distrito de Manjacaze, província da Gaza (MDA) e no distrito de Matutuíne na província de Maputo. “ADAM, será subdivido em três fases, encontrando-se actualmente na primeira, que é a fase de concepção da estratégia (protocolos, consultas com os parceiros, etc.) e depois, seguir-se-ão as fases de implementação nos distritos mencionados, e por fim a última fase referente a incorporação dos resultados e recomendações do estudo nas políticas, directrizes e/ou estratégias do Programa Nacional para o Controlo da Malária (PNCM)”, afirma Pedro Aide, Principal Investigador do projecto em Moçambique.
Este projecto, é coordenado pelo Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM), num consórcio que envolve o PNCM, o Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGLOBAL), e a Wolrd vision. No final, espera-se que o projecto contribua para que o PNCM, adopte as estratégias de MDA e rFDA a serem desenvolvidas e avaliadas especificamente para o país e eventualmente as inclua no seu plano estratégico.
O objetivo final deste projecto é desenvolver uma política para implementar o MDA e o rFDA em “modo programático”, isto é, na infraestrutura do sistema nacional de saúde sendo que, o primeiro passo será desenvolver uma estratégia de entrega otimizada, através da criação de um sistema de colecta e visualização de dados para facilitar o monitoramento das actividades, em colaboração com as partes interessadas. A viabilidade e eficácia operacional da estratégia serão avaliadas por meio de uma implementação piloto, e as lições aprendidas serão usadas para informar o desenvolvimento de políticas e diretrizes para MDA e rFDA pelo PNCM.
Este projecto, parte do pressuposto de que para garantir que a pesquisa científica tenha um impacto real na saúde das pessoas, é necessário desenvolver ferramentas e estratégias inovadoras e eficazes, assim como também, investigar como essas intervenções podem estar amplamente disponíveis às populações beneficiárias.
Segundo explica Pedro Aide, “para que o projecto ADAM tenha sucesso, especificamente, para que os resultados do estudo sejam refletidos em políticas de saúde na área de malária no país, deve ser adoptada uma abordagem colaborativa para garantir a participação das partes interessadas e das comunidades afetadas, juntando esforços com recursos disponíveis de modo a conseguir uma maior apropriação, aceitabilidade e sustentabilidade das intervenções, dai que, será necessário realizar consultas intensivas com todas as partes do sistema de saúde, incluindo a sociedade civil, autoridades governamentais, organizações não governamentais e agências internacionais envolvidas na implementação de intervenções em saúde no país”.
Para além do benefício direto para o país, o projecto ADAM espera fornecer evidências úteis para outros países africanos onde a malária é endêmica, através da comunicação e divulgação resultados e lições aprendidas no contexto moçambicano.
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