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CISM IMPLEMENTA ESTUDO BASEADO NA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PARA O DIAGNÓSTICO DA MALÁRIA E DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS

A iniciativa é do Estudo denominado MultiplexAI
A iniciativa é do Estudo denominado MultiplexAI

A malária e as doenças tropicais negligenciadas continuam sendo um dos maiores desafios de saúde pública, com forte impacto em populações vulneráveis, e um elevado peso para os sistemas de saúde de países de baixa e média renda, incluindo Moçambique. Apesar dos avanços científicos, a microscopia óptica convencional – ainda considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de várias doenças parasitológicas – exige experiência e precisão dos técnicos de laboratório, condições que nem sempre estão garantidas em contextos com recursos limitados.


Com o objectivo de ultrapassar essas barreiras, o CISM, irá implementar uma iniciativa inovadora que pretende transformar o diagnóstico da malária e de outras doenças tropicais negligenciadas através do uso de inteligência artificial acoplada à microscopia óptica. A iniciativa insere-se no âmbito do projecto MultiplexAI, um consórcio internacional financiado pelo programa EDCTP3 da União Europeia que reúne instituições da África Subsaariana e da Europa, e que pretende dar um salto qualitativo no combate a algumas das principais ameaças à saúde pública global.


Segundo o Investigador principal do projecto em Moçambique, Delfino Vubil, o MultiplexAI, pretende superar as actuais limitações ao integrar sistemas de inteligência artificial em microscópios já existentes. “Com a ajuda de componentes de baixo custo, impressos em 3D, e de um aplicativo de fácil utilização, será possível automatizar a detecção, diferenciação e quantificação de parasitas e células sanguíneas, tornando o processo mais rápido, padronizado e acessível, mesmo em locais com infraestrutura de saúde mínima”, comentou.


A tecnologia será avaliada em ambientes laboratoriais e em contextos clínicos reais em quatro países africanos, nomeadamente Nigéria, Moçambique, Costa do Marfim e Etiópia.
A tecnologia será avaliada em ambientes laboratoriais e em contextos clínicos reais em quatro países africanos, nomeadamente Nigéria, Moçambique, Costa do Marfim e Etiópia.
Espera-se um  sistema de diagnóstico confiável, ético e transparente

De acordo com Vubil, os objectivos do estudo são amplos e ambiciosos. A equipa pretende desenvolver um sistema de diagnóstico baseado em inteligência artificial que seja confiável, ético e transparente, alinhado com os princípios da Organização Mundial da Saúde. Para além da performance técnica, serão analisadas a aceitabilidade e a usabilidade da ferramenta junto de profissionais de saúde com diferentes níveis de formação, bem como a relação custo-efectividade da implementação, factor considerado crucial para a sua adopção em larga escala.


Ainda de acordo com Vubil, o impacto poderá ser estrutural. “Ao automatizar tarefas tradicionalmente dependentes da experiência humana, o projecto poderá reduzir significativamente os erros de diagnóstico, assegurando maior precisão e confiabilidade, acelerar o atendimento clínico, permitindo decisões mais rápidas sobre o tratamento, e fortalecer a vigilância epidemiológica com dados mais consistentes para orientar políticas de saúde. Outro benefício esperado é a redução de custos, uma vez que a proposta aproveita microscópios existentes e adaptações de baixo custo”, sublinhou.


Para além dos ganhos técnicos e científicos, o projecto MultiplexAI alinha-se ao plano estratégico global para melhorar o acesso a tecnologias de diagnóstico acessíveis e contribuir para os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em particular o ODS 3, que visa assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.


“Num contexto em que a microscopia óptica continua a ser uma ferramenta indispensável, mas cuja precisão depende de variáveis humanas que podem comprometer os resultados, este estudo surge como uma oportunidade para reduzir drasticamente o tempo de diagnótisco destas doenças. Trata-se de uma proposta que une a ciência, tecnologia e saúde pública numa parceria global que poderá marcar um ponto de viragem no combate à malária e a outras doenças tropicais negligenciadas, trazendo esperança para milhões de pessoas que vivem em contextos vulneráveis e com recursos limitados, sobretudo para Moçambique”, concluiu Vubil.

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