CISM TESTA UM DISPOSITIVO PARA AVALIAR A SAÚDE OCULAR�
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CISM TESTA UM DISPOSITIVO PARA AVALIAR A SAÚDE OCULAR


A iniciativa, está inserida num estudo que visava testar um sistema de telerretinografia para detecção de patologia retiniana

Os países de baixo rendimento como Moçambique, suportam aproximadamente 90% do peso global de problemas relacionados à saúde ocular e/ou visual, e até 80% destes casos poderiam ser prevenidos ou curados. Apesar disso, nesses países não há muitos estudos sobre a prevalência de doenças da retina que é uma das membranas posteriores do olho, que tem a função de transformar o estímulo luminoso em um estímulo nervoso e enviá-lo ao cérebro, para que as imagens sejam lidas. Neste contexto, uma equipa de pesquisadores do CISM, realizou entre 2017 e 2018, um estudo que visava avaliar a funcionalidade e usabilidade de um sistema de telerretinografia para detecção de patologia retiniana, baseado em um scanner retiniano portátil de baixo custo, fabricado com impressão 3D e controlado por um telefone celular com uma aplicação desenvolvida ad hoc.

Trata-se de um procedimento que pode ser realizado por não especialistas

“No estudo participaram clínicos gerais, portanto, não especialistas, que realizaram retinografias digitais em 104 pacientes hospitalizados no Hospital Distrital da Manhiça (HDM). Esses exames, foram capturados em formato vídeo, carregados para uma aplicação instalada nos celulares que depois foram revistos por dois oftalmologistas internacionais que analisaram a presença de lesões retinianas nos olhos dos pacientes” explica Rosauro Varo, primeiro autor do artigo recentemente publicado e que apresenta os resultados da pesquisa.

Dispositivo usado (que é embutido num smartphone) e a amostra do diagnóstico

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a deficiência visual afecta a mais de 2 mil milhões de pessoas em todo o mundo, e destas, pelo menos mil milhões possui a deficiência, devido à falta de acesso a serviços de cuidados oftalmológicos. Neste sentido, de acordo com Varo, esta solução é muito eficaz e oportuna sobretudo em contextos como os nossos em que há um número reduzido de especialistas (oftamologistas), pois, o equipamento pode ser manuseado por clínicos gerais ou técnicos e acima de tudo o equipamento é de baixo custo, porém, apresenta resultados da análise de amostras em menos de 24 horas. “Neste estudo em concreto, detectamos nos pacientes diagnosticados na Manhiça, uma elevada proporção de exudados (8%) e hemorragias (4%). Estas lesões foram relacionadas com factores de risco subjacentes conhecidos para doenças da retina, como o HIV, diabetes e/ou hipertensão”, acrescenta.

Espera-se que no futuro o dispositivo utilizado em outros estudos sobre outras patologías

O dispositivo foi desenvolvido pela SpotLab, uma empresa social fundada em 2017 por pesquisadores da Universidade Politécnica de Madrid, que visa alcançar um mundo em que todas as pessoas têm acesso à cobertura universal de saúde, melhorar o acesso, a precisão, o tempo, o custo e o impacto ambiental da investigação médica e do diagnóstico da saúde ocular. Varo, acrescenta por fim que está previsto que dispositivo que combina a inteligência articial “no futuro o dispositivo utilizado em outros estudos sobre outras patologías como, por exemplo, a malária cerebral”.


Referência

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