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ENSAIO TESTA DURABILIDADE DO TRATAMENTO PREVENTIVO DA TUBERCULOSE


Uma das conclusões de um ensaio clínico realizado no âmbito do projecto 3HP, dá conta que, em ambientes com elevada transmissão de tuberculose e elevada aderência da terapia anti-retroviral, a adição da terapia preventiva da tuberculose não proporciona benefícios na redução da incidência da doença.


O estudo, foi realizado no distrito da Manhiça, onde 4027 participantes foram inscritos. Dos inscritos, 4014 foram incluídos nas análises com a durabilidade de 12 meses, entre Novembro de 2016 e Novembro de 2017, sendo que do universo de participantes inscritos, 69% eram mulheres, com uma idade média de 41 anos e todos participantes, eram HIV positivo e a receber tratamento anti-retroviral, porém sem tuberculose activa.


Segundo o pesquisador principal do projecto em Moçambique, Dr. Alberto Basteiro, o objectivo deste projecto, era de testar a durabilidade da terapia preventiva da tuberculose para pessoas com infecção pelo HIV, uma vez que já se tinha provado a sua eficácia. Para tal, os participantes foram aleatoriamente designados para receber doses combinadas de um antibiótico usado no tratamento da tuberculose (Rifapentina) e um outro fármaco indicado em pacientes HIV positivos sem sintomas sugestivos de tuberculose (Isoniazida), semanalmente, durante 3 meses (3HP), ou apenas administração diária de Isoniazida durante 6 meses (6HP).


Os participantes da pesquisa foram selecionados para o controlo de sintomas de tuberculose nos meses 0 a 3 e 12 de cada ano de estudo e nos meses 12 e 24, por meio de Raio X e colheita de amostras através da tosse. Esta avaliação, visava alcançar proteção contra a tuberculose a longo prazo, reduzindo, deste modo, o encargo para os pacientes.


Entretanto, os resultados mostraram que apesar da adesão e conclusão do tratamento 3HP e 6HP terem sido elevadas, a incidência da tuberculose não reduziu. Ou seja, uma ronda adicional, dada aproximadamente 1 ano após a primeira ronda, não proporcionou benefícios adicionais na prevenção da tuberculose entre pessoas a receber terapia anti-retroviral.


Nas palavras do pesquisador, a conclusão do tratamento de regimes de curta duração directamente observados foi superior com 3HP durante 3 meses em comparação com a 6HP durante 6 a 9 meses de terapia preventiva auto-administrada.


"A maior taxa de conclusão do tratamento de grupos combinados rifapentine-isoniazida em comparação com os de isoniazida pode ter sido, em parte, pelo facto de os medicamentos serem administrados directamente nas visitas de dispensa e em menos tempo'', acrescentou Basteiro.


A Terapia Preventiva Anual de curta duração mostra ter pouco efeito na incidência da tuberculose. O resultado de um menor risco de reinfeção pode ser, portanto, devido a transmissão reduzida da tuberculose nos países envolvidos no estudo, nomeadamente África do Sul, Etiópia e Moçambique.

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