SIMPÓSIO EM SAÚDE GLOBAL EVIDENCIA ENSAIOS CLÍNICOS
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SIMPÓSIO EM SAÚDE GLOBAL EVIDENCIA ENSAIOS CLÍNICOS

Atualizado: 18 de set. de 2023


Esta edição, destacou os Ensaios Clinicos do CISM liderados por Investigadores Júniores

A segunda sessão do Simpósio em Saúde Global da Fundação Manhiça moderada pela Professora e Pesquisadora do Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal) e do Centro de Investigação em Saúde da Manhiça (CISM), Clara Menendez, abordou alguns dos principais ensaios clínicos realizados pelo CISM nos últimos anos, na sua maioria com componentes liderados por Investigadores Juniores. Trata-se dos estudos MAMAh, BCG Vaccine, 3HP, BOHEMIA e ALIVE.


O estudo MAMAh, que iniciou em Dezembro de 2019, tem em vista a avaliação da segurança e eficácia da dihidroartemisinina-piperaquina (combinação de dose fixa de medicamentos utilizados no tratamento da malária) como tratamento preventivo intermitente da malária em mulheres grávidas vivendo com HIV em Lambaréné, no Gabão, e na Manhiça, em Moçambique, cujo público alvo são mulheres residentes da área de estudo com idade gestacional menor ou igual a 28 semanas, HIV positivo e com compromisso para o parto na maternidade da área de estudo. Apresentado pela Dra. Tacilta Nhampossa, Pediatra e Investigadora do CISM, o estudo MAMAh conclui que devido ao efeito antimalárico comprovado do cotrimoxazol (fármaco usado no tratamento de uma variedade de infeções bacterianas, fúngicas e por protozoários), assumiu-se que a profilaxia com Cotrimoxazol (medicamento antibacteriano) forneceria prevenção eficaz da malária em mulheres grávidas infectadas pelo HIV.

Por sua vez, a Bióloga e Investigadora Júnior Lídia Nhamussua apresentou o estudo sobre a vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin) que visava reduzir o absenteísmo não planeado devido à doença dos profissionais de saúde durante a pandemia da COVID-19, um ensaio multicêntrico, aleatório e controlado realizado em Moçambique no Hospital Distrital da Manhiça e periferias, e Hospital Geral de Mavalane, de Abril à Dezembro de 2021, pelo CISM e em Guiné-Bissau no Hospital Nacional Simão, Hospital de Tuberculose Raoul Follereau e Unidades Sanitárias de Bandim, Belém, Cuntum, Antula, Djogoló levado a cabo pelo Projecto Bandim de Dezembro de 2020 à Dezembro 2021 e tinha como grupo alvo, profissionais de saúde (médico, enfermeiro ou outro) que trabalham num dos hospitais onde decorria o estudo. Portanto, a BCG mostrou tendência a reduzir o risco de doença grave em termos de risco de internamentos hospitalares.


Mais adiante, foi apresentado o estudo 3HP realizado no Distrito da Manhiça, entre Novembro de 2016 e Novembro de 2017, que testou a durabilidade da terapia preventiva da tuberculose para pessoas com infecção pelo HIV na África do Sul, Etiópia e Moçambique. Para tal, contou com participantes HIV positivo e a receber tratamento antirretroviral, porém sem tuberculose activa e estes foram aleatoriamente designados para receber doses combinadas de um antibiótico usado no tratamento da tuberculose (Rifapentina) e um outro fármaco indicado em pacientes HIV positivos sem sintomas sugestivos de tuberculose (Isoniazida), semanalmente, durante 3 meses (3HP), ou apenas administração diária de Isoniazida durante 6 meses (6HP). Nas palavras do médico e investigador júnior, Dinis Nguenha, em ambientes com elevada transmissão de tuberculose e elevada aderência da terapia anti-retroviral, a adição da terapia preventiva da tuberculose não proporciona benefícios na redução da incidência da doença.

Outro ensaio clínico evidenciado foi o BOHEMIA, apresentado por Amélia Houana, Médica do Estudo realizado no distrito de Mopeia na Zambézia. Segundo a médica, o BOHEMIA visa contribuir para as metas globais de saúde pública para o controlo da malária com o desenvolvimento de uma estratégia complementar para o controlo de vectores da malária e, com isso, gerar provas exaustivas sobre a utilização da Ivermectina como uma nova classe de produtos para o controlo de vectores. Neste contexto, foi testado se o medicamento pode ajudar a reduzir a malária na comunidade, tendo sido administrada para a população humana elegível em três doses mensais de 400 mg/kg no início da estação chuvosa e contou com o grupo-alvo de residentes da área de estudo com peso acima de 15kg, chegando a atingir cerca de 21 mil habitantes em Mopeia.


Para fechar a sessão de apresentações de ensaios clínicos realizados pelo CISM, o Veterinário e Investigador Júnior, Augusto Messa, trouxe o ALIVE, um estudo que propõe uma nova abordagem de tratamento para parasitas transmitidos pelo solo, onde são testadas a eficácia da combinação em dose fixa de ALBendazole e IVErmectina em dose única ou em 3 dias consecutivos em comparação com o tratamento padrão actual, uma dose única de ALB (400 mg) para o tratamento de parasitas transmitidos pelo solo em crianças em idade escolar e o mesmo decorreu em 3 países, nomeadamente Moçambique, Etiópia e Quénia. Com isso, verificou que esta combinação proposta é uma ferramenta poderosa para o tratamento mais eficaz contra geohelmintos, assim, será possível contribuir para redução do peso de Doenças Tropicais Negligenciadas.


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