CISM TESTA UMA FORMA INOVADORA DE TRATAR A TUBERCULOSE
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CISM TESTA UMA FORMA INOVADORA DE TRATAR A TUBERCULOSE

Atualizado: 28 de jun. de 2021



A Tuberculose (TB) constitui actualmente, a principal causa de morte por doenças infecciosas no mundo, matando uma pessoa a cada 21 segundos, e de acordo com o Relatório de 2019, da Organização Mundial da Saúde (OMS), Moçambique registou uma incidência de cerca de 110 000 casos. A crescente evolução das taxas de incidência no país, está aliada a resistência à Rifampicina (RR), que é o antibiótico contra a tuberculose mais conhecido, bem como, a resistência aos múltiplos medicamentos de tratamento da TB- (MDR) o que dificulta a prevenção, vigilância e tratamento da TB.

Neste contexto, o CISM em coordenação com o Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), está a implementar um projecto denominado 2G Color Plates que irá testar uma nova forma de tratar a tuberculose durante dois anos no distrito da Manhiça. A forma proposta, consiste no uso de placas de ágar para diagnosticar a resistência fenotípica a 11 medicamentos antituberculosos, tornando-o único para este fim. Para além disso, o uso dessa ferramenta, poderá reduzir o período do diagnóstico da TB para um máximo de 14 dias, sendo que actualmente, em condições programáticas nos países endémicos, a colecta e cultura de escarro é realizada todos os meses após o início do tratamento da TB resistente à medicamentos para realizar o teste de sensibilidade aos antibióticos, visando apurar se o paciente está ou não a responder ao tratamento. Em muitas áreas endémicas, onde os ensaios de sondas (LPA) não estão disponíveis (urbanas e rurais), esse processo pode levar entre 42 a 60 dias.

Segundo explica Edson Mambuque, coordenador do projecto na área de HIV/SIDA e Tuberculose do CISM, esta nova ferramenta “foi concebida para ser um teste de sensibilidade a medicamentos (DST- drug susceptibility testing) relativamente rápido, de fácil uso e barato para TB resistente à medicamentos em áreas de alta incidência de TB e, o teste de placa de cor 2G pode ser útil para a detecção precoce de resistência à TB em indivíduos com TB-MDR e, mais importante, para o acompanhamento a resposta ao tratamento. Neste sentido, irá proceder-se a comparação do desempenho deste teste com as actuais técnicas (o Xpert MTB/RIF Ultra, ensaios de sondas (LPA) e o teste de sensibilidade a medicamentos (DST) em meio líquido MGIT)”.

Para além de avaliar a precisão da placa colorida 2G no diagnóstico de TB resistente a medicamentos, o projecto tem igualmente como principal objectivo, avaliar a utilidade e o tempo de resposta da placa colorida 2G no acompanhamento a resposta ao tratamento de um paciente infectado com TB resistente a medicamentos. E espera-se no primeiro objectivo, recrutar 110 pacientes com TB pulmonar, dos quais, 50 susceptíveis à rifampicina (RS) e 60 resistentes à rifampicina (RR), enquanto que no segundo, espera-se colectar amostras de escarro de 60RR (pacientes com TB RR identificados no Objectivo 1) e 50 pacientes com TB pulmonar com RS, actualmente em terapia de TB resistente para monitorar se esses pacientes com TB estão a responder ao seu tratamento e comparar os nossos resultados com DST em meio líquido.

O estudo conta com o financiamento do National Institutes of Health (NIH) dos EUA e o Dr. Alberto García-Basteiro é o investigador principal.

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